quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Sobre o Blogger ...

Utilizo este diário como um veículo de expressão, informação e autoconhecimento. Qualquer tentativa de direcionar a livre manifestação pelos diferentes meios de expressão seja por blogger, jornais alternativos, música, cinema... É válido.

Não tenho nenhum dom literário e não estou em busca de aplausos, elogios ou qualquer tipo de atenção. Ao escrever, consigo despertar e identificar os diferentes sentimentos e idéias que me ocorrem no momento e essa é a finalidade.

Tenho total consciência de que eu não vou mudar o mundo. Mas por ter idéias próprias, eu sempre me encontro com as caras feias e com as pessoas que fazem questão de tentar me dar o contra ou me diminuir declarando que eu não tenho nada a dizer.Considerando esses julgamentos óbvios, de pessoas medíocres, com a vida reduzida num mundo monótono, aborrecido e “perfeito”, digo que para compreender corretamente as minhas idéias, se faz necessário uma mente esclarecida e uma suficiente inteligência e cultura para abranger o maravilhoso conteúdo que eu disponho.

A sociedade, como uma lógica de dominação econômica, política e espiritual, mascara a real identidade do ser humano e eu me sinto cada vez mais triste ao constatar a lamentável situação em que nós como seres humanos nos encontramos. Por isso, eu fico indiferente aos que tentam de algum modo me jogar na seita particular deles para ignorar e suprir minhas reais necessidades.

Dandy.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

There is a light ...




Querida Y.
Depois de uma longa espera resolvi te escrever, tanto para o seu bem como para o meu, pois não me agrada pensar que suporto tanto sofrimento sem receber uma só linha sua, ou mesmo qualquer recado.

Nossa lamentável amizade e envolvimento acabaram me levando a ruína e, no entanto, a lembrança da antiga afeição que nos unia estará sempre comigo e é bem triste pensar que o ódio, o desprezo e o rancor estarão para sempre em meu coração no lugar antes ocupado pelo amor.

Sei que sua vida não tinha qualquer motivação, apenas apetites. E sei que você pode dizer que você era muito “jovem” quando a nossa amizade começou, mas ao me conhecer você já tinha deixado a sua infância e sua alegre inocência para usar esse argumento como defesa. Por isso, o seu mal não era que soubesse tão pouco sobre a vida.
O esgoto, e toda merda que nele vive, já tinha começado a exercer em você certa influência. Esta foi à causa do problema que fez com que você me procurasse em busca de auxílio, quando eu, indo contra a sabedoria do mundo, por compaixão e caridade, decidi ajudá-la.

Quero deixar claro que me julgo terrivelmente culpado. Culpo a mim mesmo por ter permitido que uma amizade que nada tinha de proveitosa, dominasse inteiramente a minha vida. Desde o início, sempre houve um abismo muito grande entre nós dois. Deve perceber que sua incapacidade de agir, sua total impossibilidade de lidar com os seus pais de maneira inteligente, levando a eles pensar sempre o pior de mim, talvez até mesmo me marginalizando, demonstram alguns dos fatores que nos diferenciavam.
Quando reflito a respeito do envolvimento que tive com você, sinto-me envergonhado. A minha verdadeira vida, a minha vida superior, foi quase abandonada enquanto estive com você.

Não vou falar das terríveis conseqüências de nossa amizade. No momento, penso apenas na merda que foi enquanto durou. Do ponto de vista natural, algo sem dúvida humilhante e degradante para mim. A sua instabilidade sentimental, assim como a sua deficiência emocional em não saber se decidir, alterava completamente o meu estado de espírito.

Você não podia saber, não podia entender que enquanto esteve comigo você provocou a ruína absoluta da minha razão.

Quando estava longe, deixava de me escrever ou pedir atenção, eu voltava ao normal. Mas sempre, e sem que eu esperasse ou desejasse, você voltava com os seus “problemas” familiares e crises existenciais para cima de mim. E eu por compaixão, aceitava em dividir um pouco do meu ideal elevado a fim de te ver bem mais uma vez.

Cometi um grande erro ao pensar de o fato de eu estar com você nessas pequenas coisas não significasse nada, que quando o grande momento chegasse, eu seria capaz de reafirmar a minha vontade graças a minha natural superioridade. Não foi o que aconteceu, quando o grande momento chegou, a minha vontade já havia me abandonado e eu estava completamente apaixonado.

Sei que deveria ter me libertado de você. Deveria antes ter sacudido você da minha vida como um inseto lançado ao ar antes da picada. Mas o meu erro não foi que não tivesse me afastado de você, mas que tivesse feito isso com freqüência. Tanto que eu terminava a amizade com você sempre que podia, embora na amargura.

Se a nossa relação tivesse sido como a paixão imaginava, uma vida de alegria, prazeres e risos, eu talvez não fosse capaz de lembrar um momento dela. Por ter sido tão cheia de momentos amargos, sinistros e melancólicos, é que eu posso reviver cada instante nos mínimos detalhes.

E embora talvez pareça estranho que na situação em que eu me encontro ainda escreva para você, ainda assim devo admitir que foi a loucura de ter gastado tanto tempo e energia com você, que me faz agora escrever esses linhas.
Lembre-se que eu ainda não a conheço. E por mais imperfeito e incompleto que eu possa ser ainda pode aprender muito comigo. Aproximou-se de mim para que eu lhe guiasse, te ensinasse. Talvez eu tenha ido longe ou talvez eu tenha sido apenas um escolhido para te ensinar algo bem mais valioso. Que é o significado do sofrimento e
toda a sua beleza.

Seu amigo,
Dandy.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Pobre eu Atormentado.

Sexta Feira,
04 de setembro de 2009-
21h26min

Meus olhos estão perdidos no espelho,
Quanto meu corpo e minha alma
Devo fechar meus olhos e rezar?
Me sentir como se tivesse sido traído?
Pobre eu atormentado, eu mastigo o sofrimento e bebo a agonia. Sou eu, a chama brilhante queimando mais rápido. Sou eu, o culpado pela vida triste que levo dentro de mim. A vida de uma criança que nunca brinca, nunca fala, nunca ri.
Querido espelho, me abrace quando eu começar a me sentir incompleto. Junte os meus pedaços e me faça lembrar o que fez este louco aqui para chorar. Eu não sou tudo o que você quis de mim, mas preciso de seu reflexo para me acolher, venha me fazer puro, lave com suas lágrimas a minha alma até que eu esteja novamente limpo.
Se nesse instante eu jogo tudo para fora, estou tentando de alguma maneira ajustar os meus erros para o correto. Quero perceber cada cicatriz e pedaços do meu coração quebrado. Estou abrindo e compartilhando com você essas feridas na última esperança de me curar.
Você sabe que sou um suicida. Um desiludido, sem esperança, cansado da mão alheia. Sabe que facilito com a vida para que ela me destrua. Sabe que perdi as letras que compunham as minhas mais simples alegrias e que deixei o meu coração a mercê dos abutres.
Quando sinto as lágrimas que escondo por dentro querendo derramar minhas tristezas é em você que eu desconto. Sabe como o estrondo do mundo cala o meu coração e sabe como o meu coração não consegue esquecer o passado e nem aqueles que o largaram pelo caminho.
Venha e chore comigo. Você tem a sua voz, e isso é tudo o que eu preciso.